Sou contra dicas fáceis e rápidas. Pra mim o atalho é sempre o pior caminho. Não adianta construir um prédio em cima de uma fundação de madeira.
Mas eu tenho que te dar essa dica por alguns motivos que vou explicar aqui embaixo.
Primeiro porque frequentemente, as pessoas me perguntam como eu tenho tanta coisa pra escrever aqui.
Esse é o centésimo quinto artigo que eu escrevo em 4 meses. 105 artigos em 120 dias. Fora os emails que eu mando. Fora o meu trabalho. Fora o meu projeto de tese pro doutorado. Fora o que eu estudo sobre marketing e vendas, e minhas palestras sobre empreendedorismo.
Não quero me gabar de tudo isso. Mas é que eu tenho que dar essa dica pra quem me pergunta como é que eu dou conta de tudo.
Segundo porque eu sempre fui considerado pela minha família como um cara inteligente. Desde pequeno. Só porque eu consegui atribuir sons a palavras antes dos meu coleguinhas, a minha família me considera um gênio.
A minha família ignora as minhas notas baixas e os meus fracassos. Ignora as noites que terminaram às 3h da manhã, e as manhãs que começaram às 4h. Ignora que eu fui rejeitado em diversos processos seletivos, ignora que fui um péssimo aluno de direito, etc.
Mas eu descobri um jeito rápido e fácil de aprender o que eu quero. E eu preciso compartilhar isso com você aqui. Talvez isso mude a sua vida, você adote esse “hack”, mas talvez não. Talvez você ache que não vale a pena, e beleza. Life goes on.
Vamos lá: qual é esse jeito rápido e fácil de aprender o que você quiser?
Alunos brilhantes nas escolas
Geralmente as pessoas pensam que os alunos que vão muito bem nas provinhas no jardim de infância ou nos anos iniciais da educação infantil são gênios.
E é evidente que nós mesmos nos lembramos daqueles alunos que eram peixinhos dos professores, tal a inteligência deles. Um lembro de um coleguinha que eu tinha que, cara, ele era maravilhoso.
Ele entendia matemática antes do professor colocar a matéria no quadro. Tem vários alunos assim. O professor dava um exemplo de exercício, e eles já entendiam e conseguiam se virar.
Eu sempre fui um bosta em matemática. Tive professor particular e tudo (correlação causa e efeito errada, by the way, vamos ver isso mais tarde).
Então começa a distinção do aluno brilhante pro aluno não brilhante.
O aluno não Brilhante
Esse é o cara normal. Ele não tem talento, nem potencial. Ele tá vivendo a vida dele, tentando fazer as coisas, e as coisas acontecem, mais cedo ou mais tarde.
Ele consegue fazer as coisas. Ele não tem déficit de atenção ou dislexia, isso é outra coisa. Ele vai, faz as provas, nada assustador de inteligente, mas passa. Às vezes faz a prova final, mas ele acaba passando.
Na faculdade a diferença entre o aluno brilhante e o aluno não-brilhante ainda está à tona. Vários alunos meus na graduação pareciam ser brilhantes. Eles faziam zona a aula inteira, saíam com os colegas no final de semana, e ainda assim, sempre tiravam uma nota boa.
Enquanto isso, outros alunos, que não eram tão brilhantes, faziam a mesma zona a aula inteira e saíam com os mesmo colegas no final de semana. Mas eles acabavam passando.
Se vermos o índice de reprovações em qualquer escola ou faculdade, ele não é alto. É cerca de 10%. E eu parto do princípio que tem alguma coisa muito errada com esses 10% que reprovam.
Ou é algo relacionado a problemas extra-classe, e daí entra o real papel do professor, ou é algo relacionado à falta de disciplina. E é aqui que eu quero chegar.
O aluno brilhante tem uma diferença para o aluno não brilhante.
Ele estuda. Ele pensa. Ele tem prioridades.
“Mas Caio, todo mundo estuda, pensa, e tem prioridades”. Não. Todo mundo finge que estuda e finge que pensa. Justamente porque as prioridades podem estar invertidas.
Estudo, reflexão, e prioridades
Esse é o tripé essencial.
Por estudo, não entenda leitura. Por estudo, entenda aprender coisas novas. E para aprender coisas novas, você não precisa ler.
Para aprender coisas novas, você pode ler, mas você também pode assistir um vídeo no youtube, ler um artigo como esse, mais descontraído e digerível do que um livro texto, ou ainda conversar com alguém.
O segundo passo para aprender qualquer coisa que você queira é refletir. Não adianta você ter apenas o estímulo inicial que te sinaliza que “olha que bacana, isso existe”.
A reflexão do que você leu e como o que você leu se relaciona com a prática, é fundamental pra compreensão do que você está estudando, cara.
E talvez, para isso, você precisa ler ainda mais. Ou assistir ainda mais vídeos no Youtube, ou ler mais artigos sobre isso, ou ter mais conversas sobre isso.
Colocando de maneira mais fácil, a gente pensa que a relação de causa e efeito é:
Talento -> Aprendizado -> Inteligência.
Assim como aquele geniozinho que tivemos como colega no ensino fundamental, ou aquele cara da faculdade que entendia tudo. Eles já são inteligentes.
Não, bicho.
A relação de causa e efeito é:
Tempo de exposição ao tema -> Aprendizado -> Inteligência.
E mais importante do que isso. O que é o tempo de exposição ao tema?
Simplesmente a leitura, as conversas, o interesse, o tesão, os vídeos assitidos no youtube, os artigos de sites lidos, e os seus pensamentos sobre o tema.
Tudo isso requer uma coisa principal. Prioridade. Se a tua prioridade não é pensar no tema que você quer aprender, c’est fini. Ou seja, não vai dar certo.
Aposto que muitos dos que estão lendo odiavam matemática. Então, nem pensavam em matemática. Pegavam a calculadora pra fazer uma conta de 2+2.
A única diferença é que os “gênios” estão constantemente pensando naquilo que eles aprendem, e se esforçando para aprender mais sobre as coisas.
Galton vs. Darwin
Uma das primeiras tentativas de entender isso foi de Francis Galton
Galton foi o pai da eugenia, ou seja, a criação de uma super espécie de humanos, que inspirou Hitler a fazer uma raça pura ariana.
Galton defendia que um pai inteligente teria filhos inteligentes.
Galton também levou uma comida de rabo do seu primo, Darwin, quando falou todas essas merdas.
Darwin, ele mesmo, na sua biografia, disse:
Eu não entendo as coisas rápido, como os demais gênios. Meu poder de seguir um conceito abstrato é muito limitado. Minha memória também é fraca, eu não consigo me lembrar das poesias que eu leio.
E ele mesmo completa:
Eu acho que eu sou melhor do que os outros no sentido de que eu gosto de observar. Eu construí minha carreira na base de observação e coleta de dados. Mas o mais importante é que o meu amor pelas ciências naturais permanece.
A dica fácil e rápida para aprender qualquer coisa
Quando a gente quer aprender alguma coisa, invariavalmente vamos encontrar algo difícil pra aprender.
A nossa resposta padrão é desistir. Esquecer. Dizer que vai resolver isso depois, ou sentar pra estudar isso depois.
No final, tudo se resume ao tempo que você pensa sobre as coisas que você tá aprendendo. Tudo se resume ao esforço que você faz para aprender as coisas. Essa é a dica fácil e rápida pra aprender qualquer coisa.
“Ah Caio, mas essa dica não é fácil, nem rápida”.
Depende da perspectiva. É fácil se comparada com a segunda opção: não aprender nada. É rápida se comparada com a segunda opção: não aprender nada.
Quer mais uma dica? Essa talvez seja a mais valiosa que eu vou falar hoje.
Toda sexta-feira, os executores recebem um email meu.
Quem são os executores?
São as pessoas que param de pensar no que vão fazer e fazem de uma vez.
São as pessoas que recebem emails meus toda sexta-feira, e conversam comigo sobre desenvolvimento pessoal.
Eles foram os primeiros a receber meu livro sobre estratégia, são eles que dão ideias sobre o que eu deveria escrever aqui, e eles que me fazem perguntas para melhorar a vida deles com base na ciência, não no meu palpite.
Você é de pensar ou de agir? Se for daqueles que pensam, a vida tem muito mais pra te oferecer. Se for daqueles que agem, já demorou pra clicar aqui embaixo!
REFERÊNCIAS
Duckworth, A. (2016). Grit: The power of passion and perseverance (Vol. 124). New York, NY: Scribner.
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