Por que você precisa pensar em estratégia todo dia?

Quando eu falo de estratégia, muitas pessoas pensam que eu tô falando daquelas coisas que executivos engravatados fazem.

Elas não pensam no dono de uma startup, nem no Steve Jobs, muito menos em um pequeno restaurante ali na esquina. Estratégia parece ser só para grandes empresas, né?

Não!

Estratégia é pra todo mundo. Saber sobre estratégia é talvez o que vai salvar a sua empresa e você de perder tempo em coisas bobas, e perder dinheiro com coisas que você poderia lucrar!

Pra fazer estratégia, um pequeno empresário, um funcionário de uma empresa não precisa ter noção de economia, de previsão de demanda, de fórmulas matemáticas, e me arrisco a dizer, de planilhas de excel.

Estratégia é um dos conceitos mais intuitivos de gestão, mas a gente acha muito difícil por alguns motivos.

Nesse artigo, eu vou te falar porque você precisa pensar em estratégia todo dia, seja no teu negócio, no teu trabalho, ou na tua vida!

O modelo estático de análises e previsões

É aqui que o Bino sempre cai na cilada, cara.

Estratégia tem muito pouco a ver com análises complexas e previsões macro e micro econômicas.

Desde que alguns acadêmicos de administração colocaram modelos econômicos no estudo da estratégia, a gente se distanciou do que realmente é estratégia.

Tem, realmente, como separar o estratégico do operacional? A estratégia da estrutura? A formulação e a implementação da estratégia?

Você pode até estar pensando que tem como separar sim. Afinal, o que é estratégico compete aos caras de terno e gravata, e o que é operacional compete ao chão de fábrica.

Você pode até estar pensando que é a estratégia que define a estrutura organizacional, então dá pra separar os dois facilmente.

Você pode até estar pensando que a formulação da estratégia vem antes da implementação, então também dá pra separar.

Mas se você pensar bem, estamos colocando em caixinhas aquilo que não tem como colocar em caixinhas, cara.

Porque a gente pensa que a formulação é concebida em um espaço de tempo onde tudo pára. Onde as pressões externas e demandas dos clientes param para a gente formular nossa nova estratégia.

Já viu o tempo parar? Pois é. Se o tempo não pára, a estratégia também não pára de acontecer.

A estratégia não é um troço estático, que por deliberação de homens engravatados e velhos começa a acontecer de uma hora pra outra. Não.

A estratégia nunca para de acontecer. Ela tá sempre sendo executada, seja pelos homens engravatados e velhos, seja pelos estagiários, seja pelos operários, seja por quem for.

Não temos mais tempo para analisar gráficos e depois implementar soluções. A prática da estratégia é justamente pegar a análise e previsão e fazer ela todo dia.

A estratégia é uma prática constante dentro das organizações e dos pequenos negócios, e também na sua vida. Mas poucos perceberam isso ainda.

O modelo dinâmico de comunicação, coordenação, e controle

Não adianta os caras engravatados decidirem uma coisa se as pessoas abaixo deles não fazem.

Apenas porque algo foi decidido nos escalões mais altos da organização, não significa que isso tenha de fato algum poder, ou que isso será feito de fato.

Isso porque a maioria dos caciques não estão na linha de frente. Não tem rotinas definidas nem contato direto com o cliente. Eles não tem a pele no jogo (skin in the game), e dificilmente saberão o que funciona melhor.

É claro que eles podem descer alguns degraus até os funcionários, conversar com eles, e fazer uma minipesquisa qualitativa com cada um, para entender o que acontece. Mas pouquíssimos dão tal importância para isso.

Na maioria das vezes, eles estão preocupados com o que menos importa: fazer análises e previsões estáticas em um mundo que é dinâmico.

Economistas e CEOs tem dificuldade de entender o que é dinâmico. Eles conseguem muito bem entender o ceteris paribus, isto é, “se todo o resto permanecer constante”, mas eles nunca conseguiram entender que nada no mundo é ceteris paribus.

Por isso, o real trabalho do estrategista é a prática. É como um artesão, que usa ferramentas para fazer o seu vaso. É como um médico que opera o seu paciente. É como um pedreiro que coloca um tijolo atrás do outro.

É por isso que o quem trabalha com estratégia é o cara que tá na linha de frente, e não o cara que tá nos andares de cima. É o vendedor, a moça do rh e aquela do marketing, é o cara que tá dentro do estoque. Não os gerentes e diretores.

Porque apesar deles serem gerentes e diretores, eles olham o mundo de uma perspectiva fixa – ou pelo menos tem a tendência de olhar o mundo dessa perspectiva. Eles viram processadores de dados, ao invés de serem colados à realidade.

A estratégia não é uma coisa analítica, nem uma ciência de dados. A estratégia é uma habilidade prática e que mais se confunde com rotina do que com algo muito especial.

Escolas de Negócios vs. Realidade

Essa perspectiva de estratégia como prática enfatiza o “fazer” da estratégia ao invés de o planejar, formular, implementar, e reformular a estratégia.

Existem habilidades concretas, como habilidades sociais e de pessoas, habilidades de comunicação, de modelagem de softwares, de ferramentas de organização pessoal e de equipes, etc, que são muito mais importantes para o praticante da estratégia do que o plano que burocratas elaboram.

Na realidade, estrategistas precisam saber mais como comunicar, coordenar, e controlar a estratégia que uma organização segue, do que só planejar, analisar, e formular um plano minucioso.

Você provavelmente já participou de workshops na sua empresa, que tinham como intuito lançar uma nova estratégia para, digamos, bater uma meta difícil.

Você provavelmente viu a ascensão da gestão de projetos e dos PMIs no Brasil, isso porque eles são “especialistas” em coordenar e controlar a execução da estratégia. O mesmo acontece com métodos ágeis e scrum.

Por último, você provavelmente viu surgirem símbolos da estratégia de uma organização, assim como o sino que anuncia a venda ou a meta batida do vendedor, ou uma condecoração no final do ano para as pessoas que realmente fizeram a diferença.

Essas três ferramentas, métodos, ou como você quiser chamar, são tão fáceis de fazer, que se espalharam pelo mundo. Qualquer um desses métodos pode ser aplicado em qualquer contexto, e te dá muito mais resultado do que um planejamento minucioso contando com leis microeconomicas.

Mas são poucas as escolas de negócio que ensinam isso. Por isso que aqui eu te conto o que a faculdade ignorou. Aqui eu te falo o que a pós ou o MBA ignorou, e ainda assim, é tópico para os estudos em administração ao redor do mundo.

Outros tópicos em produtividade e desenvolvimento pessoal são minha pauta aqui. Direto dos melhores autores, que também são pesquisadores nessas áreas. Eu amo essa literatura, e eu mando um email por semana falando sobre isso para quem se inscreve!

Funciona assim:

Toda semana eu mando um email pra essa lista de inscritos, com o que seria o meu melhor post aqui. É sempre sobre desenvolvimento pessoal, e sempre baseado em ciência, como esse post!

Você recebe esse email direto do meu email. Então agora você tem acesso fácil a mim. Você pode me mandar uma mensagem a qualquer hora, e eu te respondo em até 24h. Fácil, né?

Eu converso com um monte de gente sobre desenvolvimento pessoal, dou dicas, escuto o as histórias delas, e me sinto muito grato por ter essa oportunidade!

Se você tá aqui, é porque tá procurando se desenvolver, seja aprendendo mais sobre negócios, seja aprendendo mais sobre desenvolvimento humano e organizacional. O próximo – e mais natural – passo, é você clicar aqui embaixo e fazer parte disso!

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REFERÊNCIAS

Whittington, R., Molloy, E., Mayer, M., & Smith, A. (2006). Practices of strategising/organising: broadening strategy work and skills. Long Range Planning39(6), 615-629

Golsorkhi, D., Rouleau, L., Seidl, D., & Vaara, E. (Eds.). (2010). Cambridge handbook of strategy as practice. Cambridge University Press

.Taleb, N. N. (2012). Antifragile: how to live in a world we don’t understand (Vol. 3). London: Allen Lane

Photo by Charl van Rooy on Unsplash

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