Como ter mais significado na sua vida? Exercício físico e exercício moral

Nos últimos posts (e email) sobre desenvolvimento humano e desenvolvimento pessoal, eu falei que estou preocupado com o individualismo das pessoas, que é uma causa imediata e certa para a depressão.

É claro, não é difícil ver como as pessoas são individualistas. Faça um estudo de campo e comece a prestar atenção no trânsito. Os motoristas estão cagando pra você, pedestre.

Os motoristas em seus carros caros e suas agendas lotadas estão cagando pra quem tá no ônibus. Eles tão vivendo no mundinho deles, fechados dentro de suas Range Rovers e Jeeps.

A agenda deles é muito mais lotada que a sua. A vida deles vale mais que a sua. Ligue a TV e você vai ver um que atropelou algumas pessoas e saiu correndo. Vá pra rua e você vai ver que eles acham que tem preferência até sobre ônibus lotados.

Individualismo na sua mais evoluída forma.

Não é à toa que esses caras são os mais depressivos. Nem todo o dinheiro do mundo pode comprar a felicidade deles. É claro que dinheiro compra felicidade, mas chega a um ponto que mais dinheiro não significa mais felicidade.

Chega um ponto que a única coisa que compra a sua felicidade é o significado que a sua vida tem. E as pessoas individualistas nunca vão entender isso.

Semana passada, eu consegui um horário na agenda de um cara bem ocupado. Ele não é um magnata, mas ele é um cara com uma “energia” muito boa. Sabe aquelas pessoas que dá vontade de conversar uma tarde inteira? Então.

Eu consegui um horário na agenda dele, e aprendi muito com ele. Ele não me vendeu nada, ele só me ajudou. Ele não me cobrou nada pelo tempo dele. Ele viu que eu tava precisando de ajuda em uma coisa, e me ajudou, sem pestanejar.

Você consegue ver de longe que ele é um cara feliz e satisfeito. Mas não porque ele tem o carro da moda ou viajou para o exterior. Mas sim porque ele tá vivendo a vida do jeito certo. Sim porque a vida dele tem significado.

Como ter mais significado na vida?

O que é significado?

Veja, essa é a pergunta fundamental, e daria até um livro se a gente se alongasse nesse assunto.

Isso porque filósofos vem discutindo a séculos o que é uma vida que vale a pena viver. Nietzsche tem o Amor Fati – o amor pelo destino, pelo que sua vida é hoje -, que é a noção que mais me fascina. Outros falam do amor Ágape, enfim, conceitos é o que não faltam.

Mas vamos ser mais simples. Independente de qualquer coisa, de amor fati ou de outros conceitos filosóficos, uma condição que PRECISA NECESSARIAMENTE ser satisfeita para ter significado na vida é o vínculo com algo que seja maior que você.

Quanto maior, melhor. Por isso que antigamente, religião, família, e a nação eram as instituições que davam significado para a vida das pessoas. A comunidade era uma coisa muito importante.

Hoje, cagam para todas essas instituições, porque o “self”, ou seja, você mesmo, é muito mais importante que todos os outros.

E é claro que você mesmo não pode dar significado pra você mesmo. Você pode até ter felicidades instantâneas e alegrias passageiras, mas se não estiver atrelado com outras pessoas, it’s over.

E uma hipótese que o Martin Seligman levanta é a de que você vai corrigir isso automaticamente. Como?

Exercício Físico

Há anos atrás, exercício físico não era nem um pouco amado. Hoje, se você entrar no instagram, verá blogueiras fitness, veganas, cetogênicas, e bodybuilders.

O que aconteceu nesse meio tempo?

É claro que existem várias alternativas. Quem sabe uma pessoa, um influenciador, começou a fazer exercício e as pessoas copiaram. É claro que pode ser esse o caso.

Mas outra razão é que as pessoas perceberam que ser sedentário dá cagada. Elas perceberam que comer até quase morrer tava matando elas devagar.

Pegue a smartfit como exemplo. Abriu em todos os cantos do país com a proposta de academia boa, bonita, e barata. Entupiu de gente querendo se matricular.

Por que? Por que hoje a gente tem milhões de vezes mais academias do que há 10 anos atrás?

Simplesmente porque todo mundo percebeu que fazer exercício físico agora dá um benefício futuro, seja em termos de bem estar, seja em termos de expectativa de vida, seja em termos de beleza ou vida sexual.

A gente faz exercício físico não pelo prazer. Eu amo treinar e ir pra academia, mas é porque faz 2 anos que eu faço isso. É que nem eu amar ler. Faz 2 anos que eu leio todo dia. Essas duas coisas fazem parte de mim.

O que não é verdade para todos. Fazer academia ou ler não fazem parte da vida de 90% das pessoas. Mas elas sabem que vão ter benefícios no longo prazo se fizerem isso.

Essa consciência é a coisa mais importante. Assim como a descoberta de um novo remédio, a gente sabe o que precisa fazer para melhorar a nossa qualidade de vida no longo prazo, mesmo que tenhamos que sofrer no curto.

Da mesma maneira, a gente sabe como ter uma vida com mais significado no longo prazo, mesmo tendo que sofrer no curto.

Exercício Moral

Sofrer no curto prazo pra ter significado no longo prazo?

Claro. Não sejamos hipócritas. É um saco começar a fazer algo pros outros. Ainda mais se for de graça. Ou ainda mais se a gente tiver que pagar por isso.

Porque é claro que se doar a alguém ou àlguma causa não é natural para nós. É um sacrifício que nós fazemos, do nosso tempo ou dinheiro, para outras pessoas que na maioria das vezes, nem conhecemos.

Da mesma maneira que dói ir para a academia fazer 40 minutos de esteira, ou sair na rua e correr por 10 quadras, ou ainda treinar pernas, agachar e fazer levantamento terra, dói sacrificar horas da nossa semana para os outros.

Só que a gente sabe dos benefícios que teremos do exercício físico. Entretanto, o exercício moral, de dar para os outros a sua habilidade ou seu dinheiro, não tem benefícios claros.

Agora tem. Agora você sabe como ter mais significado na sua vida. Esse exercício moral, assim como o físico, vai te dar mais significado no longo prazo.

No curto prazo dói, como a primeira vez que você vai pra academia depois de alguns anos, ou aquela segunda que você começa a dieta. No longo prazo, só tem benefícios.

E não interessa se você precisa se esforçar ou não. A gente tem uma visão de que isso tem que ser natural, que a gente tem que querer ajudar os outros. Isso é mentira. Bullshit.

Ninguém nasce querendo ajudar os outros, a gente nasce com nosso instinto animal de auto proteção. A gente aprende a ajudar os outros, principalmente por medo de que um dia precisemos da ajuda dos outros. Isso se chama comunidade.

Ficha de Treino Moral

Assim como um personal na academia te dá uma ficha de exercícios pra fazer, eu também vou te sugerir alguns.

  • Comece um site, que nem esse. Não cobre nada pra ajudar as pessoas. Uma das maiores alegrias da minha vida é saber que eu já alcancei mais de 20 mil pessoas em 2 meses. Dá trabalho, mas vale a pena.
  • Dê o que você não usa pra quem precisa. Aqueles negócios que estão parados no seu armário, sabe? Pois é, ou venda ou dê. Chega.
  • Guarde 1% do seu salário pra dar pra alguém. Se você ganha 3.000 reais por mês, são 30 reais. 30 reais podem fazer toda a diferença pra um orfanato que precisa de 10kgs de arroz pra dar de comer pra criançada, ou pagar um remédio.
  • Troque um filme no Netflix sozinho, ou uma partida de videogame com quem você não conhece por o tempo equivalente em um trabalho voluntário.
  • Converse com mendigos. Escute e saiba da vida deles. Eles não são perigosos. Eles são humanos com uma história.
  • Escreva cartas para as pessoas que te ajudaram. Conte como elas te ajudaram, e agradeça. A gratidão tem um poder imenso pra você e para elas. Escreva cartas também para aqueles que você odeia. Conte o que eles fizeram ou deixaram de fazer.
  • Ensine uma criança a dar as coisas que ela tem. Você sabe que crianças são especialmente egoístas. Ensine pra elas desde pequenas que elas precisam compartilhar pra ter significado na vida.

Um excelente exercício moral, fácil de fazer, é se inscrever na minha lista de emails!

Porque é um exercício moral?

Primeiro, porque eu te mando um email por semana com dicas como essa, de desenvolvimento pessoal e humano.

Segundo, porque você vai me fazer muito feliz e grato com a sua preocupação com você mesmo.

Terceiro, porque pode ser o início de um relacionamento que é maior que você. Pode ser um começo para uma nova vida sua.

Quarto, porque pode ser o começo de um hábito de leitura. De um interesse novo.

Pô, clica aqui embaixo e pegue tudo isso de uma vez, cara.

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REFERÊNCIAS

Seligman, M. E. (2006). Learned optimism: How to change your mind and your life. Vintage

Linley, P. A., Maltby, J., Wood, A. M., Joseph, S., Harrington, S., Peterson, C., … & Seligman, M. E. (2007). Character strengths in the United Kingdom: The VIA inventory of strengths. Personality and individual differences43(2), 341-351.

Vaynerchuk, G. (2011). The thank you economy. New York: Harper Business

Photo by Manasvita S on Unsplash

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