Como as grandes consultorias resolvem qualquer problema na sua organização. Parte 2 de 2.

Na primeira parte do método BCF (veja aqui), vimos algumas coisinhas importantes!

Em resumo, a gente viu que

  • BCF significa “Big Consulting Firms“, ou seja as empresas grandes de consultoria.
  • A primeira etapa do método BCF é descrever um problema, para depois,
  • Analisar o processo que envolve esse problema na segunda etapa, e então
  • Identificar o que causa, de fato o problema

Vimos que assim como uma dor de cabeça, problemas organizacionais podem ser muito complexos, e envolver diversas partes do organismo, ou da organização.

A mensagem final é que não existem soluções milagrosas para problemas – e só sabemos qual é o problema depois de uma inspeção rigorosa.

Assim como um cardiologista só descobrirá os seus problemas depois de eletrocardiogramas, ecografias, testes de esforço, e talvez o monitoramento por um holter (aparelhinho que fica medindo seu coração por 24 horas), um consultor apenas poderá te receitar alguma coisa depois de conhecer muito bem a sua organização.

Mas vamos seguir as etapas do método BCF.

4. Priorização dos problemas

Um problema sempre causa outros problemas. Daí a importância de achar a “causa raiz“, ou seja, a mãe de todas as causas, a raiz de todos os seus problemas.

Geralmente para fazer isso os consultores usam uma matriz GUT, assinalando de 1 a 5 a Gravidade, Urgência e Tendência dos problemas identificados.

Um problema muito grave pode não ser urgente, nem ter uma tendência de piora. Por exemplo, segundo as melhores práticas, a descrição de uma página do Facebook deve ser impecável.

Ou seja, isso é meio grave (nota 4), mas não é urgente (nota 2), nem tem uma tendência de piora (nota 2), então não está no topo da minha lista de problemas para resolver.

Com uma soma total de 8 de 15 possíveis, a descrição da minha página no facebook vai ficar pra depois.

MAS, eu encaro todos os textos que escrevo com muita seriedade, e eles sim estão no topo da minha matriz GUT. Não escrever é muito grave (5), é algo que eu tenho que resolver com urgência (5), e a tendência é sempre piorar (5), uma vez que demora bastante pra escrever algo bom.

Com uma soma de 15 pontos, escrever isso pra você é muito mais importante que atualizar a descrição do facebook pra todos 😉

Outra matriz, e mais simples, é a de impacto organizacional e frequência de ocorrência.

Isto é, qual o impacto do problema na sua organização, e com que frequência esse problema acontece.

O ideal é uma junção dessas matrizes.

5. Achar e dar prioridade para as soluções

Depois de ter dado prioridade aos problemas, temos que achar soluções para aqueles que são mais importantes, né?

A melhor maneira de achar soluções para problemas em organizações é um bom brainstorming.

Ao contrário da medicina, que tem soluções prontas e baseadas em bioestatística, em gestão temos um campo mais nebuloso.

Ninguém nunca viu um médico fazendo brainstorming.

Mas gestores sempre tem que ser criativos para resolver problemas de maneiras únicas – afinal, os problemas organizacionais geralmente são únicos.

Depois de achar soluções para  os seus problemas, temos que dar níveis de prioridade para as soluções.

A maneira mais fácil de fazer isso é usar o resultado das matrizes que vimos no item 4, mas nem sempre as soluções são tão fáceis assim.

Portanto, como gestores adoram matrizes, aqui tem outra!

A matriz impacto da solução X facilidade de implementação pode ser muito útil para casar com as matrizes que você fez antes.

Se você achou uma solução que tem um impacto grande sobre o problema que você tem, sensacional!

E se ela for fácil de implementar, é claro que tem que começar por ela!

Agora, soluções mais difíceis de implementar, e que não sejam tão “importantes” para o seu problema, podem ser deixadas de lado!

E agora, rufem os tambores, que chegamos na parte mais difícil do negócio.

6. Implementação

O que você vai fazer? Quem vai fazer? Como vai fazer?

Pode parecer simples, mas geralmente não é. E quanto maior a empresa, mais difícil fica.

Isso porque antes de fazer a implementação, temos que ver quais serão as consequências dessa implementação.

Quais serão os efeitos colaterais? Quem será afetado? Quais os stakeholders envolvidos? Quem temos que treinar?

E além disso, sabemos que as pessoas tendem a ser resistentes à mudança. Elas podem não gostar do processo atual, mas mudar parece ser o fim do mundo para muitos.

Por isso eu sempre digo que não adianta só estudar gestão. 

Estudar só as ferramentas prontas, como balanced scorecard, planejamentos, planos, e etc é superficial, é a ponta do iceberg, e na verdade deveria vir por último.

Um sólido conhecimento em como as pessoas se comportam em sociedade (sociologia) e como as pessoas se comportam em organizações (teoria organizacional) é fundamental para o sucesso de qualquer uma dessas ferramentas de gestão.

Eu vou além, e estudo psicologia para entender como posso fazer com que indivíduos abracem a mudança, e tentem ativamente melhorar os processos da vida e da organização deles!

No final, cara, não existe um método fácil e pronto, não existe um advil, um epocler, ou um melagrião pra aliviar os sintomas.

O que existe é estudo, trabalho, prática, e leitura. 

Eu posso te ajudar em todos esses, e te garanto que não tem ninguém que te ajude assim.

Em todos os meus posts, você pode checar as referências. Tudo o que eu falo aqui é baseado em ciência, na literatura, e não no palpite do seu blogueiro preferido.

E foi vendo isso que eu tive a ideia de lançar o meu ebook sobre o mínimo que qualquer um deveria saber sobre estratégia. Seja essa pessoa um médico, advogado, engenheiro, arquiteto, publicitário, fisioterapeuta, nutricionista, etc, etc.

Uma disciplina tão importante, mas frequentemente ignorada por todo mundo.

A grande diferença entre organizações que prosperam e as que não conseguem crescer é a estratégia. A causa raiz dos problemas organizacionais está geralmente ligada à estratégia.

Por isso, eu quero te fazer um convite para participar de um grupo de pessoas que recebem emails meus duas vezes na semana.

Esses emails seriam meus melhores posts aqui, mas eu prefiro privilegiar esses caras que estão na minha lista.

Eles também foram os primeiros a receber o meu livro, que valeria uns 50~80 reais se eu fosse cobrar. É só o sumo, o extrato dos estudos em estratégia.

Se você quiser fazer parte desse grupo e receber meu livro antes de todo mundo, você precisa clicar aqui embaixo.

Clique Aqui para receber primeiro!

REFERÊNCIAS

Waisberg, I., & Nelson, A. (2018). When the General Meets the Particular: The Practices and Challenges of Interorganizational Knowledge Reuse. Organization Science

Photo by jesse orrico on Unsplash

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