Apesar de ter sido o pilar do sucesso de Tony Robbins, por exemplo, e um pilar para o sucesso das grandes corporações de coaching…
PNL não tem nenhuma comprovação científica.
São 35 anos de pesquisa sobre isso, e os resultados tendem a ser irrelevantes. Eu cito um artigo aqui:
A análise da base de dados em pesquisa em PNL de todas as maneiras me lembrou o ato de tirar as camadas de uma cebola. Para chegar no centro, eu tive que remover camadas inúteis, e quando eu cheguei, estava perto de chorar. (Witkowski, 2010)
Quer mais?
Nos parece irresponsável que pessoas continuem a serem aconselhadas a tomar decisões importantes para tomar decisões com base em PNL (Sharpley, 1987)
Mas calma, eu não tô falando pra você pedir seu dinheiro de volta.
Eu quero te mostrar duas coisas que derivam desse “achado”.
Primeiro: o mercado (as empresas, e inclusive as faculdades), não tem a mínima ideia do que tá fazendo.
Pois é, enquanto alguns cursos tem disciplinas específicas de PNL, nunca vi nenhum curso de administração ter teoria institucional, sensemaking, atenção, e outras vertentes da administração. Nem na pós os caras ensinam isso, bicho.
Daí eu vejo gente querendo ir para os Estados Unidos, Canadá, Europa fazer um curso. Gente compartilhando que 90% dos jovens querem sair do Brasil.
Dá uma olhada se o curso de administração, se a pós-graduação deles em business, tem PNL.
Segundo: se seu coach usa PNL, ele provavelmente não sabe o que está fazendo.
Coaches de PNL me odeiam, eu sei.
Mas é que cara, eu uso ciência, eles usam palpite.
Eu posso até me dar mal em alguma situação (já sofri bullying por falar mal de coaching com PNL), mas me sinto na obrigação de falar.
Eu tenho esse compromisso com você, afinal.
Nossa, Caio, mas porque esse rancor?
Só porque milhares de pessoas estão sendo enganadas por uma coisa que não é comprovada cientificamente. Simples.
É como se você fosse no médico e ele te receitasse chá de hortelã pra pneumonia, cara. Absolutamente nada. Não significa porra nenhuma.
Estava conversando com um professor ontem, sobre educação, e ele me desabafou que tem muito palpiteiro famoso por aí. Conteúdo zero, mas merda no ventilador a mil.
Tony Robbins, Bandler e todos esses caras que falam sobre PNL são fantásticos. Não por sua abordagem à PNL, e principalmente não por suas rotinas diferentes, com ZERO comprovação de utilidade para uma pessoa como eu e você.
A gente tem muito a aprender com eles em questão de persuasão e convencimento. Eles são fantásticos porque criaram empresas gigantes, vendem palestas e livros à rodo, em cima de um achismo, de um palpite maravilhoso.
E aqui cabe um ps: O nosso conhecimento do cérebro humano está evoluindo. É possível que em algum tempo, como já descobrimos o biofeedback e o neurofeedback, a gente descubra alguma evidência relevante para a PNL.
Entretanto, a mensagem que eu quero passar para você é que hoje, PNL ainda é tão palpite quanto pensamento positivo.
E digo mais.
Digo que se você quiser se transformar, em um processo que é alma do coaching de verdade, depende só de você.
Você não precisa de um coach. Muito menos de um coach que não use ciência.
Você precisa de garra. Você precisa de tesão, de força.
Claro que com um coach é mais fácil, mas isso não significa que você vai ter menos trabalho.
Todos nós queremos transformar as nossas vidas. Nunca tá bom o suficiente.
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REFERÊNCIAS
Witkowski, T. (2010). Thirty-five years of research on Neuro-Linguistic Programming. NLP research data base. State of the art or pseudoscientific decoration?. Polish Psychological Bulletin, 41(2), 58-66
Sharpley, C. F. (1987). Research findings on neurolinguistic programming: nonsupportive data or an untestable theory?
Gaziri, L. (em impressão). Escolhas Felizes.
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Caio Camargo-da-Silva 