Por que mulheres ganham menos que homens?

Puta que pariu. Mais um artigo desse tipo. “Que cu”, você deve estar pensando.

Por que eu vou falar do famoso gender gap? Simples. É um assunto que muita gente dá palpite, mas ninguém vai atrás para se informar.

Uma colega minha do doutorado está estudando neurociência cognitiva organizacional. É uma mistura do brasil com o egito de medicina com organizações, e o negócio é FODA. Muito massa mesmo.

Ela me mandou um artigo sobre isso, listado nas referências aqui embaixo. Os autores começam falando do cérebro humano.

Essa coisa cinza que fica na sua cabeça que tá te ajudando a ler isso aqui.

O argumento inicial deles é que o cérebro feminino é muito diferente do masculino. Tipo. Muito diferente. Não compare uma coisa com a outra, bicho.

O argumento deles é simples, na verdade. Está no debate entre a relação entre natureza e ambiente.

Eu sempre falo, segundo Dweck (aqui, aqui, e aqui) que nós somos frutos do nosso mindset, da nossa mentalidade.

Pois é, os caras de neurociência concordam.

Apesar de admitirem que existe uma questão biológica de diferença entre os cérebros, a parte da natureza, o maior fator é ambiental, de mindset.

E eu não digo que o mindset de um seja pior, ou mais fixo, que de outro. Nada disso.

Pinker estudou isso. Escreveu um livro de verdade sobre isso. E por livro de verdade, entenda um livro não-ficção com referências científicas, publicadas e revistas com avaliação cega por pares – não o livro convencional do seu palpiteiro preferido.

O Pinker pede por mais dados estatísticos sobre essa disparidade salarial entre homem e mulher. Mas não apenas de salário. E é aí que palpiteiros começam a sentir o coração palpitar.

Ao invés de medir apenas salários, porque as escolhas da vida não são medidas também? Porque as qualificações de ambos os gêneros não são medidas também?

Pois é. Ele fez isso. Ele criou o ciclo de vida da carreira feminina e masculina.

Ele descobriu que na faixa etária de 27 a 33 anos, homens ganham apenas 2% a mais que mulheres.

Depois dessa faixa etária, as escolhas da vida aumentam essa diferença. Como?

Bom, mulheres e homens parecem valorizar coisas diferentes, cara. É muito mais frequente que mulheres se afastem do trabalho para cuidar das crianças.

É muito mais frequente mulheres terem o “sonho de ser mãe” do que homens tenham o “sonho de ser pai”.

Pesquise aí no Google. “Sonho de ser mãe” tem 20 milhões de resultados a mais que “sonho de ser pai”.

Mulheres parecem tomar decisões que afetam negativamente sua carreira, como trabalhar menos ou em horários mais flexíveis, se mudar menos de cidade e de empresa por causa da estabilidade, e investir em habilidades que não fiquem obsoletas com o tempo.

Tudo isso para ficar mais tempo com a família, em troca de menores salários. O famoso trade-off entre tempo e dinheiro.

Para homens, a auto-estima está intimamente ligada ao dinheiro e ao status. Homem é uma merda, porque precisa se mostrar para os outros. 

Ao contrário das mulheres, homens tendem a serem viciados em trabalho e a sacrificar sua vida pelo trabalho, deixando de lado amigos e família só para galgar uma posição melhor na firma.

Aí fica a pergunta. Quando falamos de igualdade salarial entre gêneros, no que devemos pensar?

  1. Entre diferenças simplistas salariais, estatisticamente furadas e que não levam em consideração o contexto?
  2. Ou devemos pensar numa abordagem que leve em consideração as famílias, os filhos, os pais que também envelhecem, etc?

Eu fico com a segunda opção.

Agora, já imaginou se você aplicasse mais ciência e menos palpite na sua vida?

Pois é, eu estou aqui pra isso. A minha missão é ajudar pessoas a serem mais produtivas, e empresas a serem mais lucrativas.

Eu quero fazer você crescer com ciência, não com palpite.

Clique aqui pra saber mais!

REFERÊNCIAS

Senior, C., Lee, N., & Butler, M. (2011). PERSPECTIVE—organizational cognitive neuroscience. Organization Science22(3), 804-815

Butler, M. J., & Senior, C. (2007). Toward an organizational cognitive neuroscience. Annals of the New York Academy of Sciences1118(1), 1-17

Pinker, S. (2003). The blank slate: The modern denial of human nature. Penguin

Dweck, C. S. (2008). Mindset: The new psychology of success. Random House Digital, Inc

Photo by Tord Sollie on Unsplash

 

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