Eu fico impressionado com a dificuldade que algumas pessoas tem em uma coisa tão simples quanto pedir ajuda pra fazer as coisas.
Eu falo muito sobre isso nas minhas palestras e sessões de coaching. Eu já simpatizo com as pessoas que me procuram, porque elas estão pedindo ajuda.
Para fazer a minha dissertação de mestrado, cara do céu, eu fui até o papa pra pedir ajuda. Eu passei em todas as escolas de uma universidade para pedir ajuda, e pelos principais gestores de outra pra pedir ajuda. Para conseguir uma vaga como professor, estou ligando e pedindo ajuda para uma lista com mais de cem nomes. Destes cem nomes, digamos, 98 eu não faço a mínima ideia de quem sejam.
Uma coisa que temos como humanos é que somos seres sociais. Você vive numa cidade cara, e isso fala muito sobre você. Ninguém consegue fazer nada sozinho nesse mundo, e todos tem – ou podem ter – uma utilidade.
As pessoas tem uma tendência natural a aceitar ajudar os outros. Pode ser por uma razão meio bosta, como a justificativa do karma – eu ajudo os outros porque acredito que no futuro alguém vai me ajudar em troca -, como as justificativas religiosas – eu ajudo os outros porque no futuro eu vou morar com o papai do céu.
Mas a ajuda também pode ser por uma razão muito legal. Eu recebi muita ajuda de amigos nestes dois anos de mestrado. Porra, a grande maioria deles, professores, colegas do mestrado, do doutorado, velho, eles me ajudaram pelo tesão de me ajudar.
Ajudar as pessoas por empatia, por pensar “caralho, eu posso fazer isso pra essa pessoa, então vou fazer” é a coisa mais natural que a gente pode fazer quando alguém pede ajuda pra gente.
Ninguém deveria ter vergonha de pedir ajuda.
No entanto, tem gente que extrapola.
Uma menina uma vez veio me pedir para ajudar ela num negócio que ela tava fazendo. Ela tava totalmente perdida.. Eu pensei, pô, vou dar um norte pra ela, afinal, eu já estudei isso que ela tá se fodendo. Indiquei três textos diferentes pra ela ler. Eu estava convicto de que isso ia ajudar MUITO ela a terminar o que tava fazendo.
Ela me olhou com uma cara de bunda inesquecível. A ajuda que ela estava pedindo não era esse tipo de ajuda que eu dei. Ela queria que eu fizesse a porra pra ela. Ela queria que eu sentasse do lado dela, e ficasse o dia inteiro ensinando pra ela como que faz o negócio.
Essa é uma excelente maneira de saber quem quer ajuda e quem é folgado. E isso vale pra você, que tá com vergonha de pedir ajuda.
Quem quer ajuda está se esforçando. Quem quer ajuda, se você oferecer um livro que vai livrar essa pessoa do perrengue, vai te agradecer muito. O cara que quer ajuda de verdade tá correndo atrás, tá se fodendo, tá te pedindo ajuda porque ele sabe que você pode ajudar a resolver um problema dele, e é só você que pode fazer isso.
Agora, o filho da puta do folgado vai te olhar com a cara de cu.
REFERENCES
Sem referências! Foi tudo um desabafo!
Photo by Maarten van den Heuvel on Unsplash
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